Cágado ataca pombo em Porto Alegre

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009



Uma cena de documentário sobre a vida selvagem se descortina em plena zona urbana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Em imagens raras captadas pelo fotógrafo Ronaldo Bernardi, de Zero Hora, uma espécie de cágado segue seu instinto e caça uma pomba na beira do lago do Parcão.
Com agilidade surpreendente, o réptil captura sua presa e, a seguir, arrasta a ave para o fundo do lago, onde é devorada por diversos cágados.
Quem confirma a raridade do registro é o coordenador do Projeto Chelonia-RS, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), doutor em biologia animal Clóvis de Souza Bujes. Ele afirma nunca ter visto esses ataques documentados.
Mesmo sendo de difícil registro, o comportamento do animal é considerado normal, dado o ambiente em que se encontra.
— Eles vivem em um ambiente muito pequeno, onde o estresse por alimento e espaço é constante, e a administração (do Parcão) não os alimenta. É um ambiente urbano em que vivem competindo por alimento — explica Bujes. A administradora do Parcão, Gisalma Puggina, confirma que somente patos e marrecos são alimentados.
O Phrynops hilarii pertence à família dos quelídeos e também é conhecido como cágado-cinza ou cágado-de-barbelas. A espécie, nativa do Rio Grande do Sul, é onívora, quer dizer, come de tudo, desde pequenos animais até plantas e bichos mortos.
— Uma de suas funções na natureza é manter o ambiente limpo. Tem o papel equivalente ao urubu, porém num ambiente aquático — compara Bujes. No meio onde vive o réptil, a disputa por alimento é grande.
Isso explica o esforço do animal em sair da água (onde normalmente se alimenta) e acuar as pombas. Pode ser doloroso aos mais sentimentais ver a ave fazer parte do cardápio do quelídeo. O biólogo, porém, pondera que o rumo da natureza deve seguir normalmente. No caso, esse mecanismo serve também para regular a população de pombas.
— Isso tem que ser visto como algo natural. É como o leão pegando uma zebra.
vá salvar a pomba! — recomenda. Projeto Chelonia-RS O Projeto Chelonia-RS tenta verificar a população de cágados no Rio Grande do Sul e definir ações para a sua conservação. No Parcão, a intenção é conhecer quais as espécies que habitam o local e o tamanho das populações por espécie. O recolhimento de dados iniciou em 2004 nos lagos de Porto Alegre e, essa fase, no Parcão, vai até março. O resultado do estudo mostrará, por exemplo, se a área está superpovoada. A partir daí, será traçado um plano de ação.

2 comentários:

Anônimo disse...

bom comeco

Anônimo disse...

que pombo descuidado em>>>

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